sexta-feira, 30 de março de 2012

VANTAGENS DA MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA

A mecanização agrícola tem como objetivo o emprego adequadodos equipamentos e máquinas, visando sua otimização e viabilidade da obtençãode altas produtividades agropecuárias, com a racionalização dos custos e apreservação dos recursos naturais e do meio ambiente.
Dentre as atividades na utilização de máquinas naagricultura, é preciso o conhecimento pleno do funcionamento, tais como: ASeleção de máquinas e equipamentos; constituição, uso, regulagens e manutençãodas máquinas e equipamentos para o manejo físico dos solos, plantio direto,adubação, semeadura, plantio, transplantio, cultivo, aplicação de adubos,corretivos, produtos químicos e colheita; O planejamento dos custos nasoperações agrícolas mecanizadas, além da otimização, principalmente, da traçãoanimal nas pequenas propriedades rurais é fundamental para a agriculturafamiliar.
O papel das pequenas propriedades rurais, na produçãoagropecuária do Brasil é de grande importância. A mecanização exerce papelfundamental, nestas propriedades, para garantir maior produtividade e qualidadedos serviços.
O porquê da mecanização?

Pessoas que não estão no meio agrícola perguntam o porquêdessa enorme mecanização. Realmente são muitos os fatores que desencadearamessa busca acelerada por novas e modernas máquinas agrícolas. Um dos maisimportantes está em fazer das colheitas e safras uma atividade rápidaacelerando o processo da economia agrícola de um país.
Excluindo-se a mão de obra humana, um ponto negativo, aindústria agrícola entrou em crescimento juntamente com a produção de máquinasem grande escala. Essa parceria com o campo fez com que a maioria dosprodutores tivesse que se adaptarem as novas técnicas e a compra de máquinas eprodutos como fertilizantes já industrializados.

Cursos de mecanização agrícola

Já que o homem não faz mais o trabalho das máquinas naagricultura foi necessário a criação de cursos para capacitação dosprofissionais em saber utilizarem desses equipamentos. Atualmente já sãoencontrados cursos sem nenhum custo pelo Brasil; esses mesmos oferecem o ensinocompleto de operação das modernas e tecnológicas máquinas disponíveis nomercado.
É necessário que o agricultor fique atento as modalidadesoferecias no curso, cujo currículo deve conter no máximo introduções à operaçãode tratores e noções de básicas de funcionamento das máquinas como a roçadeira,a motosserra, entre outras.

A modernidade das máquinas

A produção acelerada no setor agrícola permitiu a criaçãodas mais altas tecnologias para o campo. Só mesmo os produtores, agricultores eengenheiros agrônomos sabem o quanto foi importante para o desenvolvimento daagricultura moderna brasileira adquiri-las; e assim fez-se necessário contratarprofissionais adequados a sua manutenção.
Os tipos de máquinas e implementos agrícolas vão desde umsimples motosserra até colhedoras computadorizadas por meio de processosdigitais e eletrônicos. A modernidade instalada nos centros rurais surgiu paracomprovar que a tecnologia abrange todas as atividades e a indústria brasileirasó tende a evoluir como uns dos maiores exportadores agrícolas.
Todo o mérito econômico também se deve as indústriasbrasileiras produtoras das tecnologias agrícolas, responsáveis por grandeexportação das mesmas no mundo rural; visando assim juntamente com a produçãoparcerias em estabelecer cada vez melhores equipamentos e técnicas deaprimoramento da agricultura.

quinta-feira, 29 de março de 2012

TRATORES AGRÍCOLAS

 Definição

É uma máquina autopropelida que, além de conferir apoio estável sobre uma superfície
impenetrável, tem a capacidade de tracionar, transportar e fornecer potência mecânica aos
implementos e máquinas agrícolas.

 Evolução dos tratores

1858 – J. W. Fawkes puxou um arado de 8 discos utilizando um sistema com motor a vapor (41
toneladas);
1892 – Jonh Froelich montou o primeiro trator com motor de combustão interna;
1913 – Foi fundada a primeira indústria de tratores;
1920 – Início dos testes em tratores (Nebraska);
1924 – Introdução do trator triciclo no mercado;
1927 – Padronização da TDP;
1928 – Primeiro sistema de levante;
1932 – Primeiro trator com pneus;
1933 – Primeiro uso comercial de tratores com motores diesel;
1939 – Introdução de levante hidráulico de três pontos (Fergusson);
1952 – Introdução do sistema de direção hidráulica;
1958 – 1959 – No Brasil 50.000 tratores (143 marcas e modelos diferentes)
1959 – Plano nacional da indústria de tratores agrícolas;
1962 – Plano nacional da indústria de cultivadores;
1965 – Plano nacional da indústria de tratores de esteiras;
1970 – 1978 – Introdução de turbo-compressor e intercooler nos motores diesel;
1979 – 1985 – tratores equipados com sensores e sistema de controle automáticos.
1.3 Importância dos tratores na agricultura
- Substitui os animais domésticos como fonte de potência;
- São mais adequados para fornecer potência em movimento de rotação;
- São mais adequados para trabalhos estacionários do que os animais;
- Aumenta a produtividade por área trabalhada no campo;
- Modifica as características do trabalho no campo, tornando-o menos árduo e mais atrativo.

Funções do trator

O trator foi sendo aperfeiçoado com o passar do tempo para atender a muitas tarefas
desenvolvidas nas propriedades agrícolas, adaptando-se as modernas práticas agrícolas, se
tornando um dos mais importantes insumos agrícolas modernos, que deve cumprir as
seguintes funções básicas:
Tracionar máquinas e implementos de arrasto através de sua barra de tração;
Acionar máquinas estacionárias através de tomada de potência (TDP);
Tracionar máquinas simultaneamente com acionamento de sues mecanismos através da barra
de tração ou do engate de três pontos e da tomada de potência;
Tracionar e carregar máquinas e implementos montados através do engate de três pontos com
levantamento hidráulico.

 Constituição geral e funções de suas principais partes constituintes

Os tratores agrícolas são constituídos pelos seguintes órgãos básicos:
Motor: converte a energia potencial do combustível em energia mecânica
Embreagem: é um órgão receptor e transmissor de potência do motor a caixa de marcha sob o
comando do pedal acionado pelo tratorista;
Caixa de mudança de marchas ou câmbio: é um órgão transformador e transmissor de
movimento, responsável pela transformação do torque e velocidade angular do motor no torque
e velocidade requerido pelo rodado, pelo acoplamento e desacoplamento de engrenagens;
Coroa, pinhão e diferencial: responsável pela transmissão do movimento da caixa a cada
uma das rodas motrizes envolvendo redução de velocidade e mudança na direção do
movimento em 90o (pinhão: acoplado à semi-árvore terciária; coroa: acoplada a semi-árvore
motora através do diferencial e movimentado pelo pinhão; diferencial: acoplado a coroa,
equilibra o movimento aplicado e ambas as rodas (curvas);
Redução final: responsável pela transmissão do movimento do diferencial às rodas motrizes,
com redução da velocidade angular e aumento do torque. Protege o diferencial contra choques,
impac tos e quebra de dentes;
Semi-árvores: recebem e transmitem o movimento proveniente do diferencial às rodas
motrizes (eixos);
Rodado: responsável pela sustentação, direcionamento do trator, propulsão e desenvolvimento
de força de tração na barra;
Sistema hidráulico: conjunto de órgãos receptores, transformadores e transmissores da
potência do motor por meio de um fluido sob pressão, a órgãos operadores respresentadas por
cilindros hidráulicos;


Figura 1 – Constituição geral de um trator agrícola

Tomada de potência: (TDP, TDF ou PTO) transmite e transforma o movimento do motor para
movimentar órgãos ativos de máquinas e implementos, cuja parte final fica externamente na
traseira do trator;
Reguladores: conjunto de órgãos que tem por função regular a velocidade angular do motor,
em função das variações de carga a que é submetido;
Sistema de freio: interrompe a passagem do movimento do mecanismo de transmissão para
as rodas;
Sistema de direção: dá o direcionamento ao deslocamento do trator;
Sistema elétrico: fornece corrente elétrica.

 Classificação dos tratores

A classificação dos tratores agrícolas pode ser feita segundo dois critérios básicos:
de acordo com o tipo de rodado
de acordo com a conformação geral do chassi
De acordo com o tipo de rodado
Tratores de rodas
de duas rodas
triciclos (de três ou quatro rodas)
de quatro rodas
Tratores de esteiras
Tratores de semi-esteiras

 Tratores de rodas

Os tratores de rodas constituem o tipo predominante para uso agrícola. Caracterizam-se
por possuírem, como meio de propulsão, rodas pneumáticas cujo número e disposição
determinam os seguintes subtipos:
Tratores de duas rodas: possuem duas rodas motrizes e um par de rabiças para comando
pelo tratorista que, geralmente, caminha atrás do trator. Recebem também a denominação de
tratores de rabiças.


Figura 2 Trator de duas rodas ou trator de rabiças

Tratores triciclos: são tratores cuja sustentação, proporcionada pelos rodados, é feita por três
pontos, duas rodas motoras traseiras e uma frontal movida. Todavia, muitos tratores triciclos
podem apresentar duas rodas dianteiras gêmeas, dispostas uma ao lado da outra, numa só
coluna de sustentação. O direcionamento é feito por motivo rotativo da coluna de sustentação.

Figura 3 Trator triciclo

Tratores de quatro rodas: são aqueles que possuem duas rodas motrizes na parte posterior e
duas rodas movidas, de menor diâmetro e apartadas uma da outra, na frente. São, portanto
tratores cuja sustentação pelos rodados é proporcionada através de quatro pontos de apoio, o
que lhe confere maior estabilidade que os triciclos.

Figura 4 Trator de quatro rodas convencional ou standard

Tratores de esteiras: O rodado destes tratores é constituído, basicamente, por duas rodas
motoras denteadas, duas rodas guias movidas e duas correntes sem fim, formadas de elos
providos de pinos e buchas dispostos transversalmente, denominadas esteiras. As rodas
denteadas transmitem movimento às esteiras que se deslocam sobre o solo, apoiadas em
chapas de aço denominadas sapatas. O direcionamento do trator é feito através de uma
diferença de velocidade relativa entre as esteiras. O emprego desses tratores na agricultura é
limitado às operações que exigem grande esforço tratório. Todavia, os tratores de esteiras
suplantam os tratores de rodas no que tange à estabilidade, compactação do solo e
derrapagem dos rodados.

Figura 5 Trator de esteiras

Tratores de semi-esteiras
São tratores de quatro rodas, porém modificadas, de forma a admitirem o emprego de
uma esteira sobre as rodas traseiras motrizes. Desta forma procura-se aliar os aspectos
positivos de ambos os rodados, sem alterar as características básicas do trator de pneus.

Figura 6 Trator de roda equipado com semi-esteira

De acordo com a conformação do chassi, em função da disposição de suas partes
constituintes, distinguem-se os seguintes tipos de tratores:
a) Tratores semi-agrícolas
- de esteiras;
- de rodas;
- convencional (standard);
- de tração nas quatro rodas.
- com chassi rígido;
- com chassi articulado.
- de tração com rodas em tandem
b) Tratores florestais
- cortador abatedor;
- carregador transportador (forwarder);
- transportador de arrasto (skidder);
- processador.
c) Tratores agrícolas
- utilitários de 4 rodas;
- triciclo;
- transportador de implementos, com motor traseiro;
- transportador de máquinas, com chassi deslocado.

 Tratores semi-agrícolas

Os tratores semi-agrícolas são aqueles cuja conformação geral e disposição das partes
constituinte possibilita a sua aplicação tanto para fins agrícolas, como industriais. Os tratores
semi-agrícolas geralmente são mais pesados e menos versáteis, podem ser utilizados em
apenas algumas etapas do trabalho de produção agrícola.

 Tratores florestais

Os tratores florestais constituem uma categoria especial, cuja aplicação se restringe ao
abate e retirada de madeira das florestas artificiais.
Estes tratores são empregados nas operações de corte e derruba das árvores (cortador
abatedor), operação de carregamento e transporte para as vias de acesso dos troncos abatidos
na operação anterior, podendo ser o carregador-transportador e o transportador de arrasto e
operação de processamento, visando a retirada das partes indesejáveis do tronco, tais como
galhos, cascas, ponteiros, etc., e cortar-los em pedaços de dimensões preestabelecidas.


 Tratores com tração nas quatro rodas

Os tratores com tração nas quatro rodas surgiram como uma tentativa de se aumentar o
rendimento da conversão da potência do motor em potência na barra-de-tração e em se reduzir
a pressão específica aplicada pelos rodados nos solos agrícolas
Tratores com tração por rodas em tandem
Os tratores agrícolas com tração por rodas motrizes em tandem têm sido aplicado em
veículos de transporte de grande capacidade de carga e também em alguns tipos de tratores
industriais, como é o caso das motoniveladoras.
A tração em tandem oferece significativas vantagens decorrentes do aumento da área
de contato da superfície de contato rodado-solo, tais como: menor efeito de compactação do
solo, maior eficiência na conversão da potência do motor em potência na barra-de-tração,
menor suscetibilidade a obstáculos do terreno.

Figura 7 Trator agrícola com tração em 6 rodas motrizes, sendo a tração traseira em tandem

 MANEJO DE TRATORES

O manejo dos tratores agrícolas, embora relativamente simples, sempre exige maiores
atenções e cuidados do que outro veículo automotor. Lembre-se, antes de ligar o motor estude,
entenda as mensagens de segurança contidas no manual do operador e leia os decalques de
segurança da máquina.

 Preparo do trator para o trabalho

Controles administrativos: o trator como instrumento de trabalho, é manejado no sentido de
executar uma operação agrícola previamente planejada. Por tanto o tratorista deve conhecer a
ordem de serviço (marca, modelo, no do trator, área local, data) e as especificações
operacionais (regulagens, manutenção e especificações do trabalho) antes de apanhar o trator
do galpão;
Nível de combustível: reabastecer o tanque de combustível no final de cada dia de trabalho;
Nível do óleo lubrificante : observar o nível de óleo lubrificante do motor, transmissões e
sistema hidráulico. Se necessário reabastecer e observar se há vazamento de óleo;
Nível de água do radiador e bateria: verificar e completar se necessário;
Ajuste de bitolas: ajustar o espaçamento entre as rodas para cada condição de aplicação
(aração, sulcamento, cultivo e plantio);
Ajuste de lastragem: a lastragem com água deverá ser mantida, para a maioria das condições
de aplicação agrícola. A lastragem com conrtrapesos posicionados nos aros das rodas ou no
suporte à frente do radiador, ao contrário, deve ser ajustada para cada condição de aplicação;
Vistoria geral: inclui o aperto dos parafusos, porcas e das travas dos pinos de engate, a
verificação da pressão de insulflagem dos pneus e pontos de lubrificação.

 Verificação de instrumentos e controle

Ajuste do assento: jamais dirigir o trator mal acomodado, além de tornar o trabalho cansativo,
poderá ocasionar acidentes em manobras bruscas;
Painel de instrumentos: localiza-se abaixo do volante de direção e bem à frente do operador,
que consta de:
· Inclui tacômetros: (indicador de rpm), horímetro, reunidos em um só mostrador e em
alguns casos possuem mais um componente, o velocímetro;
· Termômetro: indica a temperatura de arrefecimento ou do cabeçote (se for
arrefecimento a ar);
· Manômetro: indica a pressão do óleo do sistema de lubrificação do motor;
· Amperímetro: indica a intensidade de corrente do gerador (luz vermelha em alguns
modelos);
Chave de luz: liga os faróis do trator;
Comutador de partida: aciona o motor de arranque;
Alavanca de mudança de marchas: antes de mudar qualquer marcha, deve-se calcar o pedal
de embreagem para evitar o arranhamento das engrenagens;
Acelerador: localizado na coluna de direção ou abaixo do volante, pode ser manual ou em
conexão com um acelerador de pedal;
Controle de parada do motor: no motor diesel é utilizado o estrangulador, nos modelos mais
novos o controle é feito na própria chave, através de válvulas solenoides;
Freios: normalmente possuem dois pedais no lado direito do estribo e com travas de
estacionamento manual;
Levantamento hidráulico: o levantamento hidráulico é realizado através de um quadrante de
comando localizado à direita do operador;
Tomada de potência: é acionada através de alavanca situada à esquerda do operador cujos
cuidados devem seguir as recomendações do manual;
Partida: antes de ligar a chave de partida deve-se observar se a alavanca de mudança de
marchas se encontra na posição neutra, se a torneira do combustível aberta, estrangulador e
alavanca do acelerador à 1/3 do curso. Depois do funcionamento, verificar todos os
instrumentos e controles. Imprimir uma aceleração média até atingir à temperatura normal de
trabalho. Se o motor for equipado com turbo alimentador, a aceleração deve progressiva e
antes de parar o motor deve-se baixar a rotação do motor e esperar que a turbina entre em
marcha lenta.
Embreagem: normalmente possui um pedal localizado do lado esquerdo do estribo;
Bloqueio do diferencial: acionado por um pedal localizado em baixo do assento no estribo
direito, quando o acionamento for mecânico;
Volante de direção: situado na frente do assento na altura das mãos.

 Riscos do trabalho rural

Durante o desempenho de suas atividades, os trabalhadores se expõem a riscos, pois a
terra, a água, o sol, o vento e o ruído, se constituem armas em potencial, contra a sua
segurança e saúde.
O trator agrícola é, sem dúvida, uma das máquinas mais importantes na agricultura
moderna, mas é também, uma das mais perigosas quando não utilizadas de forma conveniente
e segura. Hoje, se sabe que dos acidentes fatais ocorridos com tratoristas, 80% se devem a
falhas humanas (atos inseguros) e 20 % a problemas mecânicos (condições inseguras).
ATOS INSEGUROS: é a maneira pela qual o trabalhador se expõe consciente ou
inconscientemente ao perigo. É o comportamento inseguro que o trabalhador assume ao
executar uma tarefa.Os mais comuns são decorrentes das atividades executadas na agricultura
que são:
Excesso de velocidade: Os tratores foram projetados para executarem operações a baixa
velocidade. Por isso não possuem grande estabilidade. O excesso de velocidade pode
ocasionar graves acidentes.

Figura 8 Excesso de velocidade

Uso incorreto das marchas: tendo em vista que a maioria dos trabalhos agrícolas se
desenvolvem em terrenos acidentados, a utilização incorreta de marchas ou de ponto morto
(“banguelas”) pode ocasionar sérios acidentes.

Figura 9 Uso incorreto de marchas

Manejo incorreto dos implementos: quando o operador, por incompetência ou inexperiência,
não conseguir operar o trator que se encontra acoplado a implementos, ou quando a retirada
da pressão sobre o pedal da embreagem for rápida, poderá provocar o levantamento brusco
das rodas dianteiras do trator. Às vezes, o empinamento também pode ser causado em função
da escolha incorreta do ponto de carga, ou seja, quando o ponto é demasiadamente elevado.
Atolamento: acidentes graves podem ocorrer quando o operador, tenta livrar o trator de
atolamentos com seus próprios recursos.
Tracionamento de carretas: o tracionamento de carretas em aclives ou em declives ou
mesmo em plano horizontal pode provocar sérios acidentes. Isso acontece quando o operador
faz o seu acoplamento em lugar inadequado ou quando o peso da carga é excessivo. Nunca
tracionar mais que o peso do trator.

Obstáculos ocultos: especialmente na fase de preparação do solo, em glebas recémdestocadas
ou em vegetação densa, a existência de tocos, pedras grandes, valas de erosão,
ninhos de cupins e demais saliências ou reentrâncias no solo, provocam o tombamento do
trator, a queda do operador e danos generalizados ao veículo e ou implementos utilizados.
Riscos em manobras: é comum durante as manobras como o trator acoplado a um
implemento na barra de tração, por imperícia ou inexperiência, realizar curvas fechadas. Neste
caso, os pneus dos veículos podem apanhar o cabeçalho do implemento jogando-o em cima
do operador. Causam também danos generalizados ao trator e ou implementos.
Trabalhos inadequados: a utilização de tratores de rodas para tração com uso de cabos de
aço ou de correntes de cargas excessivamente pesadas, pode provocar acidentes graves por
tombamento do trator e, além disso, pode provocar o patinamento dos pneus, com a
conseqüente avaria nas transmissões e quebra da carcaça. Cuidados com os trancos,
resistência dos cabos e pesos a serem tracionados, devem ser tomados.


Abastecimento: como o produto utilizado para funcionamento do trator é altamente inflamável,
o abastecimento do veículo, quando executado sem os devidos cuidados, pode ocasionar
incêndios e colocar em perigo a vida do trabalhador.
Bateria: a solução eletrolítica da bateria, quando em fase de carga, produz e faz desprender
hidrogênio, um gás altamente inflamável. Nos casos em que o operador do veículo
inadvertidamente verifica o nível da mesma, há possibilidade, de início de incêndio.
Radiador: quanto ao abastecimento do sistema de arrefecimento com o motor do veículo
aquecido, os vapores d`água que se encontram sob pressão no radiador, podem provocar
sérias queimaduras no operador.

Brincadeiras e trânsito em estradas: brincadeiras e transporte de trabalhadores e crianças
em tratores ou em carretas tem causado muitos acidentes no meio rural, pela queda do
trabalhador, pela queda de pessoas transportadas, ou por choque contra outros veículos,
barrancos, etc. O trânsito de tais máquinas por estradas de rodagem, também tem sido causa
de freqüentes acidentes fatais. Evitar caronas ao máximo.
Estacionamento incorreto no final do trabalho: o estacionamento dos tratores, máquinas ou
implementos, quando efetuados de maneira incorreta ou em lugares inadequados, podem
causar acidentes generalizados às pessoas e ou animais.

 OPERAÇÃO COM O TRATOR E IMPLEMENTO

 Colocando o motor em funcionamento

Para se colocar o motor do trator em funcionamento, deve-se consultar o manual de
instruções, seguindo cuidadosamente as recomendações do fabricante. É essencial que o
operador tenha estudado as recomendações, verificando os instrumentos e controles,
inteirando-se de todos os botões, mostradores, alavancas, pedais, etc., a fim de que saiba
operar corretamente.

 Antes da partida

Deverão ser observados os seguintes pontos:
- alavanca de mudança de marchas em neutro (ponto morto);
- alavanca do acelerador a 1/3 do curso;
- torneira do tanque de combustível aberto;
- controle de parada do motor desativado.

 Partida

A chave de ignição é um interruptor de dois estágios, sendo que na segunda posição
aciona-se o motor de partida. O primeiro estágio serve para ligar o circuito de ignição. Quando
o motor de arranque for acionado e o motor não entrar em funcionamento, observar os
seguintes pontos:
- não insistir na partida por períodos contínuos superiores a 10 segundos para não danificar o
motor de partida e a bateria;
- entre uma tentativa e outra, aguardar cerca de 15 segundos;
- em épocas frias, antes da partida use as velas de aquecimento (para regiões frias).

 Motor em funcionamento

Estando o motor em funcionamento, deve-se observar os seguintes pontos:
- imprimir uma aceleração média ao motor, de maneira que o mesmo não fique em marcha
lenta ou muito acelerado, até que a temperatura normal de trabalho seja atingida;
- verificar se manômetro está funcionando, acusando a pressão correta do óleo lubrificante;
- verificar se a luz de carga do gerador (ou amperímetro) indica que o mesmo está
funcionando normalmente;
- verificar se o termômetro indica temperaturas normais de funcionamento do motor;
- verificar se o sistema hidráulico está operando normalmente.

 Saída

Para dar saída ao trator, realize as seguintes operações em seqüência:
- verifique se a TDP está desligada;
- coloque o acelerador na posição de marcha lenta;
- calque, até o final de seu curso, o pedal da embreagem;
- escolha uma marcha compatível (inferior a última) e acione a alavanca de câmbio
engrenando-a;
- coloque a alavanca de aceleração na metade de seu curso;
- solte freio de estacionamento;
- solte, vagarosamente, o pedal da embreagem.

 Trator em movimento

Após dar saída ao trator, observar os seguintes pontos:
- mantenha a alavanca do acelerador em posição em que o tacômetro indica um nível de rpm
entre o de torque máximo e o de consumo mínimo (consulte o manual de instruções);
- se a embreagem é de pedal, retire completamente o pé sobre o mesmo, pois em caso
contrário, o disco da embreagem será danificado;
- evitar passar com as rodas do trator sobre tocos, pedras e outros obstáculos que poderão
danificar os pneus e, ao atravessar uma pequena valeta, cruze-as num ângulo tal que, pelo
menos uma das rodas mantenha tração; nestas condições, a barra de tração não se
arrastará pelo chão ou pelas paredes da valeta;
- quando notar quaisquer irregularidades tais como superaquecimento do motor, ruídos
anormais, comando que não respondam às solicitações, etc., pare o trator imediatamente e
verifique o que está acontecendo;
- quando for necessário manobrar o trator, em lugares apertados, use a 1a e 2a marchas
(reduzidas) e o acelerador a 1/3 do curso;
- tenha sempre em vista o fator segurança pessoal, pois qualquer descuido poderá ser fatal,
mantendo-se sempre correta e firmemente sentado, com ambas as mãos sobre a direção;
- não transporte pessoa alguma na plataforma do trator ou sobre a barra de tração e também
nunca suba o desça do trator em movimento, exceto em casos excepcionais, para evitar
acidentes;
- quando dirigir o trator próximo de cercas, valas ou barrancos, observe cuidadosamente por
onde passam as rodas, pois qualquer descuido poderá causar acidentes;
- verifique se a trava de estacionamento dos pedais dos freios está totalmente solta.

 Mudança de marchas

Ao acionar a alavanca do câmbio, deve-se ter sempre em mente que:
- no caso da caixa de mudança de marchas não possuir dispositivo que permita a realização
de marchas com o trator em movimento (caixa sincronizada), pare completamente o trator,
toda vez que se fizer necessária uma mudança de marcha;
- ao subir uma encosta ou descer uma ladeira, não deixar para fazer mudança de marchas
na metade do percurso; execute-a antes de subir ou descer, evitando acidentes;
- quando ao acionar a alavanca de câmbio a marcha estiver difícil de engrenar, proceda da
seguinte maneira: mantenha a alavanca em neutro, solte a embreagem por um instante,
pressione o pedal e leve a alavanca à posição desejada; isso fará com que os dentes das
engrenagens coincidam e possam ser engrenados;
- se, ao levar a alavanca para a posição de uma marcha, as engrenagens rasparem mesmo
com o pedal da embreagem totalmente calcado, não force a alavanca; isso indica que a
embreagem está mal regulada.

 Parada do trator

Ao parar o trator realize em seqüência as seguintes operações:
- calque, até o final do curso, o pedal da embreagem;
- leve a alavanca do acelerador para a posição de marcha lenta;
- acione, vagarosamente e conjuntamente, os pedais dos freios até o trator parar;
- desengate a marcha, levando a alavanca de mudança de marchas para a posição de neutro
(ponto morto);
- solte o pedal da embreagem;
- acione a trava, dos pedais de freio ou a alavanca do freio manual e depois retire o pé de
sobre os pedais;
- acione o controle de parada do motor;
- desligar a chave.

 Manobras com uso do freio

Nos tratores do tipo standard, os freios são aplicados apenas nas rodas traseiras; as
dianteiras, normalmente, não possuem dispositivos de frenagem. Além disso, o comando do
freio é feito por pedais independentes, um para cada roda traseira.
Se os freios não estiverem ajustados ou se estiver com diferença de regulagem entre
um pedal e outro, ajuste-os imediatamente, evitando possíveis acidentes de serviço. A
verificação da regulagem dos freios é feita da seguinte maneira:
- pressione os pedais dos freios, um de cada vez, para verificar se estão corretamente
ajustados;
- experimente calçar os dois pedais dos freios ao mesmo tempo, para verificar se ambos têm
a mesma regulagem.
Em média e alta velocidades, os cuidados a serem tomados na utilização dos freios são:
- jamais aplicar o freio em apenas uma das rodas; utilize a trava;
- calcar moderadamente os pedais; caso haja uma pequena derrapagem, soltar o pedal e
tornar a calcá-lo, auxiliando o realinhamento do trator;
- quando o trator se deslocar em altas velocidades e houver necessidade de Pará-lo a uma
distância relativamente curta, executar, em seqüência, as seguintes operações:
· 1o – levar a alavanca do acelerador à posição de marcha lenta;
· 2o – aplicar suavemente o freio em ambas às rodas, para diminuir a velocidade;
· 3o – calcar o pedal da embreagem e acionar energicamente os freios, fazendo o trator
parar.
Nos tratores, os freios poderão ser utilizados para auxiliar a direção, e são empregados
da seguinte maneira:
- primeiro gira-se a direção, para a direita ou para a esquerda, e depois calca-se o pedal do
freio da roda que ficar para o lado de dentro da curva; depois que as rodas da frente
estiverem estercadas, quanto mais fortemente se pisar no freio, mais fechada será a curva;
- as respostas aos movimentos da direção tornam-se lentas em terrenos soltos, devido à
derrapagem das rodas dianteiras, sendo neste caso conveniente o uso dos freios para
auxiliar o direcionamento do trator;
- em terrenos arenosos ou de pouca sustentação, evite que as rodas da frente, ao fazer
curvas, se enterrem demasiadamente no solo; o melhor é deixar sempre um espaço maior
para se fazer às voltas;
- com implementos e máquinas de arrasto, as curvas deverão ter um raio que o cabeçalho
não venha a tocar no pneu traseiro do trator, pois em caso contrário, além de danificar a
ambos, haverá grande possibilidade de se tombar à máquina; neste caso evite o uso dos
freios em conjunto com a direção;
- quando o trator estiver em alta velocidade, jamais faça curvas fechadas usando os freios,
pois o trator pode tombar.
Em solos fofos ou encharcados e em terrenos escorregadios, são os seguintes os
cuidados a serem tomados no emprego dos freios:
- em declives escorregadios, usar moderadamente os freios, evitando derrapagens laterais; é
preferível, nestes casos, engrenar marcha de menor velocidade do que lançar mão dos
freios;
- se uma das rodas começa a patinar, usar o freio nessa roda só o suficiente para fazer com
que a outra sobre o terreno mais firme, puxe o trator; não usar todo o freio, mas apenas o
suficiente para reduzir a velocidade da roda que patina;
- se as duas rodas estiverem patinando, pisar, alternadamente, primeiro no freio de uma roda
e depois no da outra, pois assim será possível o trator atravessar o terreno.
O bloqueio do diferencial é um recurso para contornar o problema de patinamento
excessivo de uma das rodas motrizes, que prejudica a marcha normal do trator. O uso do freio
na roda que patina é um recurso bastante limitado uma vez que absorve potência e pode ser
operado apenas momentaneamente. Os principais cuidados na utilização do bloqueio do
diferencial são os seguintes:
- ao acionar o pedal do bloqueio, mantenha o trator sempre se deslocando em linha reta. Ao
efetuar uma curva, mesmo suave, destrave o diferencial antes da curva e volte a trava-lo
após ter percorrido a curva;
- utilize o bloqueio do diferencial apenas quando notar que o patinamento relativo entre as
rodas motrizes é tal que impede o deslocamento normal do trator;
- não utilize o bloqueio do diferencial quando a origem do alto patinamento relativo entre as
rodas motrizes for tração excessivamente deslocada ou regulagem deficiente do
implemento. Pare o trator e corrija a falha de acoplamento ou de regulagem.

 Acoplamento de implementos montados

Esta operação, embora aparentemente muito simples demanda de um operador
inexperiente, um tempo considerável, se não atentar as recomendações que segue:
- manter o trator e o arado em local plano, dar marcha à ré ao trator, fazendo com que o eixo
de simetria do trator coincida com o eixo de simetria do arado, até encostar pelo menos o
ponto inferior esquerdo do sistema hidráulico,, o mais coincidente possível da cavilha
esquerda do arado;
- iniciar o engate acoplando a rótula esquerda à cavilha esquerda e travar com pino próprio;
em seguida aumentando-se ou diminuindo-se o comprimento do braço do ponto superior do
sistema hidráulico, faz se coincidir a rótula com os furos para acoplamento existentes na
torre do arado;
- finalmente faz-se o acoplamento do braço inferior direito cuja altura é regulável através da
manivela existente neste braço e caso não consiga a coincidência da rótula direita com o
pino direito (cavilha), alterar o comprimento do braço do ponto superior, sem desacoplá-lo
de forma a conseguir a coincidência desejada;
- para desacoplamento, seguir na ordem inversa.

 Comando do sistema hidráulico

O sistema hidráulico aciona:
- o levante de 3 pontos;
- o controle de ondulação;
- controle remoto.
O levante de 3 pontos é utilizado para o acoplamento ao trator de implementos ou
máquinas do tipo montado. É constituído pelas seguintes partes:
- braço esquerdo (1o ponto);
- braço direito (2o ponto);
- braço superior (3o ponto);
- correntes estabilizadoras.
Possui os seguintes comando (alavancas)
· posição – comanda o levante e abaixamento dos braços. É usado para controlar:
- altura dos implementos montados nos três pontos;
- transporte de implementos;
- operação de implementos de superfície (como pulverizadores)
A alavanca de posição possui faixas:
- levantar ou abaixar;
- transporte;
- bombeamento constante.
· Profundidade – ajusta a profundidade de corte dos implementos que trabalham abaixo
da superfície solo, como arados, escarificadores e subsoladores.
Obs.: Durante o uso da alavanca de profundidade, a alavanca de posição deverá estar
na posição “Transporte reação rápida).
· Reação – controla a velocidade de queda dos implementos. Possui duas opções:
- Reação rápida;
- Reação lenta.
O controle de ondulação serve para controlar automaticamente a profundidade de
trabalho dos implementos. O controle de ondulação é acionado pelo movimento do 3o ponto,
utilizando um dispositivo apalpador (Valmet), ou a mola mestra (Massey Fergusson - MF).
No trator MF existem três posições que encurtam ou alongam o braço superior
localizados na viga do 3o ponto.
- posição 1: para terra macia;
- posição 2: para terra média;
- posição 3: para terra dura e implementos montados de superfície.
O controle remoto é usado nos implementos dotados de cilindros hidráulicos externos
(arados reversíveis, grades pesadas). Para uso do controle remoto, a alavanca de posição
deverá estar na posição de bombeamento constante.

Principais cuidados a serem observado na utilização da TDP

- ao acoplar a luva da árvore cardan à extremidade da árvore da TDP, certifique-se que a
trava acha-se corretamente posicionada. Quando a TDP apresentar um orifício para
passagem de um contrapino de trava, este deve apresentar formato e dimensões
adequadas. Contrapinos improvisados poderão danificar a TDP.
- Certifique-se de que os garfos das juntas universais da árvore cardan estão corretamente
posicionados e o conjunto está balanceado dinamicamente (principalmente para 1.000 rpm),
a fim de evitar vibrações da TDP.
- Mantenha a alavanca do acelerador na posição em que o tacômetro indica a rpm do motor
equivalente à rotação padronizada da TDP (540 ou 1.000 rpm).
Ante de iniciar o trabalho com o conjunto trator-implemento é importante que seja
regulado adequadamente:
- o trator deverá possuir uma bitola de acordo com a largura de trabalho do implemento, bem
como estar lastrado adequadamente para a operação.
- O implemento também deverá ser corretamente regulado de modo a propiciar o seu melhor
desempenho.

 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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motores. São Paulo, Ed Gard Blucher, 1963.
Briosa, F. (1984). Glossário ilustrado de mecanização agrícola. Sintra. Galucho.
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CEMAGREF- Livre du Maitre. (1970). Tracteurs et machines agricoles. Antony. CEMAGREF.
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