O primeiro Trator Brasileiro
** O trecho abaixo foi retirado da revista Mundo Agrícola de
Junho de 1965, edição Nº 162 - Caderno especial sobre Mecanização Agrícola.
"A produção do primeiro trator nacional foi iniciada em
1960, sendo que coube à Ford Motor do Brasil S.A. a apresentação do 1º trator
brasileiro, cujo lançamento se deu a 09/12/1960, em solenidade especial."
"Nesse mesmo ano de 1960, segundo a A.N.F.A.V.E.A.,
foram produzidos no país, 37 unidades. No ano seguinte, a produção nacional de
tratores se elevou a 2.466 e, em 1962, o número de tratores atingiu a marca de
11.092 unidades. Em 1963 e 1964, os recordes de produção foram quebrados,
alcançando as cifras de 22.110 e 33.399 unidades respectivamente, sendo que em
1964, os dados se referiam até o mês de Outubro."
** Até o final dos anos 50 e início dos anos 60, todos os
tratores vendidos no Brasil eram importados. A produção de um trator no país
começou a tomar forma na década de 60, com a implantação de empresas
estrangeiras por aqui, e o encarecimento do produto importado.
** Mas por coincidência, e acredito-me, por correria das
grandes montadoras também, na mesma época três grandes marcas iniciaram a
produção de tratores no país, sendo elas: a Ford com seu famoso 8 - BR Diesel,
a Massey-Ferguson com seu famoso MF 50 ou cinquentinha, e a Valmet com o também
famoso Valmet 360.
** O mais prazeroso em se comentar essa história é que fica
aquela velha discussão entre as empresas sobre quem realmente
"fabricou" o primeiro trator no país. Isso para mim não interessa,
pois, o mais importante é saber que na época de 1960 em diante iniciou-se uma
nova era da mecanização agrícola no país, com a produção de tratores tão
valentes que até hoje são vistos com facilidade trabalhando nas lavouras, mesmo
depois de quase 50 anos!
Trator Ford 8-BR Diesel
- Tenho um pôster de propaganda da Ford que diz: Ford 8-Br
Diesel, o primeiro Trator a Diesel Brasileiro. O mesmo possui uma linda gravura
desenhada de um homem do campo com seu novo trator 8-Br, nas cores verde e
amarelo.
- Antes disso a Ford desbravou o Brasil, e o mundo com seu
trator Fordson 1918. Mais tarde, e o que vemos muito ainda pelo país, a Ford
vendia os tratores de 4 cilindros a gasolina 2N, 9n, 8n e depois o mais
atualizado o Ford 600 ou Naa. Na era a Diesel, os tratores da marca no mercado
eram os "Majores", o Super. e o Power, e o pequeno Dexta.
- Já no início da década de 60 a Foram lançado o trator o 8-BR
Diesel, com nome e cores bem brasileiros, talvez uma forma de puxar para o lado
da empresa a fama de ser a pioneira na produção de tratores por aqui. O 8-BR
dispunha de um motor 4 cilindros a Diesel da marca Perkins, e foi produzido
também na cor azul, acredito que anos mais tarde, mas preciso me informar sobre
o assunto.
Massey-Ferguson 50, o MF-50.
- Para relatar a história desse trator coloco abaixo o
artigo retirado do site da Massey-Ferguson que foi escrito na edição Nº 73 de
Campo Aberto e adaptado do roteiro do vídeo “Quinhentos mil tratores” escrito
pelos jornalistas Ruiz Renato Faillace e César Romagna, da Videomakers, e
transmitido para todo o Brasil no dia 8 de julho pelo Canal Rural.
"Um trator conta a história da agricultura
brasileira"
“A história que vou contar não pode ser lida em livros”.
Dizem que a nossa história é recente. Dizem também que a história da
agricultura brasileira foi escrita em cima de um Massey. Mas nunca foi contada
por um deles... pelo menos até agora.
Nasci em 1961, em Taboão da Serra, São Paulo, com 36 cavalos
de potência. Fui batizado com o nome de MF 50, em homenagem ao slogan do
Presidente Juscelino Kubitschek, cinquenta anos de progresso em cinco de
governo. Acho que é por isso que eu tenho o espírito de Brasil. Um espírito de
conquista e desbravamento.
E assim sou conhecido desde então, como o cinquentinha. Fui
o primeiro trator genuinamente brasileiro. Herdei de meus primos Massey Harris,
o Ferguinho 35, o revolucionário sistema Ferguson de levante. Mas não foi só
isso que me fez popular. Sou altamente confiável, tenho um ótimo desempenho,
gasto muito pouco e sou muito simples de operar.
Acompanhei famílias que apostaram tudo nas novas terras do
Centro-Oeste. Desbravadores que iniciavam a saga... a busca de novas terras de
novas fronteiras agrícolas. O Brasil era tão diferente. Eram 70 milhões de
habitantes, 38 milhões deles vivendo no campo. A produção de grãos não passava dos
vinte milhões de toneladas. Como o Brasil mudou em tão pouco tempo.
Com o passar dos anos, outros irmãos foram nascendo: o 50x,
o 65, o 95 já com 92 cavalos de potência. Aos poucos, mostrando serviço e sem
negar trabalho, conquistei o homem do campo. A tecnologia que carrego se aplica
a todos os rincões desse País e a todas as fazendas.
Em 1968, a Massey inaugurou o primeiro centro de treinamento
para ensinar os operadores a me tratar como eu merecia. Como regular o programo,
fazer a minha manutenção, enfim, como me tratar e cuidar melhor. De 1969 a
1974, nunca se fabricou tanto trator nesse País. A produção passou de cinco mil
para 29 mil unidades ao ano. Um recorde até hoje não superado.
Em 1976 meus pais resolveram mudar o meu jeitão. Fui
promovido a Série 200. Agora com um motor Perkins, 4 cilindros; 8 marchas à
frente e 4 à ré, uma revolução para a época. Metade de todos os tratores que
estão no campo é iguais a mim.
Tenho 75 cavalos de potência e, por mais que o tempo passe,
nada me substitui. Força, resistência e durabilidade são as marcas da minha
história. Foi nesse tempo que a rede Massey Ferguson se consolidou. Acompanhou
o pessoal que ia desbravar as fronteiras do País. Hoje, temos o maior número de
concessionárias espalhadas por esse Brasil.
Vieram os anos 80. Chegaram a chamar de a década perdida.
Nós do campo íamos fazendo a nossa parte. Era 1981. A fábrica de tratores veio
para Canoas, no Rio Grande do Sul, onde até hoje todos nós nascemos. Em 1986,
nossos motores começaram a sair turbinados. Essa tecnologia aumentou muito a
nossa potência, sem gastar mais combustível.
Por mim e por outros da minha família, se conta a história
da agricultura. Saímos da tração animal para a mecanização. Da subsistência
para uma economia de escala. Mas tudo isso não teria sentido se não fosse para
melhorar a vida de você, produtor rural. “Agora, somos 500 mil tratores
nascidos aqui.”
Valmet 360
- A Valmet, marca Finlandesa de tratores, possui larga
experiência na área, tanto que o grupo ao longo do tempo se juntou com a
Bollinder Munktels, e depois com a Volvo Tratores, e hoje pertence a AGCO, que
domina grande parte do mercado de tratores.
- Por aqui muitos Valmets 33 Diesel com motor Valmet são
vistos ainda. Estes eram importados, e conforme informações de um amigo vieram
dois lotes de 600 tratores, em sua maioria dos modelos 33 Diesel e alguns
poucos no final do Modelo 359.
- No Brasil a Valmet instalou sua fábrica no ano de 1960
(conforme consta informações do site da própria empresa) na cidade de Mogi das
Cruzes-SP, e logo após passou a produzir o trator Valmet 360 Diesel com motor
MWM 3 cilindros. Este foi o primeiro modelo da marca produzido no país, e
depois dele vieram o Valmet 600 diesel e por fim iniciou-se a produção do
famoso Valmet 60 ID.
Neste ano de 2010 a empresa Valtra comemorou 50 anos de
Brasil. Como parte das comemorações a empresa restaurou alguns tratores que
simbolizam a marca no Brasil. Desde o primeiro Valmet 33 Diesel importado,
passando pelo nacional Valmet 360 Diesel Brasileiro, Valmet 600 D, Valmet 60
ID, o Valmet 100 ID (famoso Zé do Caixão), chegando a homenagem até os Valmet
118 4x4 e 985 4x4 Turbo.
A Mecanização Agrícola no Brasil
** Continuando o assunto sobre o primeiro trator brasileiro,
irei abordar agora o tema da Mecanização Agrícola no Brasil de uma forma mais
ampla possível, começando então com trechos de uma matéria da revista Mundo
Agrícola Nº 162 de Junho de 1965:
“A Mecanização Agrícola no Brasil"
"Foi somente após a II Guerra Mundial que, no Brasil,
houve um sensível progresso no setor da mecanização agrícola, com o
reestabelecimento do comércio de trocas entre o nosso País com as demais nações
da América e da Europa. Acredita-se que, anteriormente ao conflito mundial,
contava o Brasil com cerca de 3.380 tratores, sendo a área total cultivada,
naquela época, de perto de 14 milhões de hectares de terra. A nossa população
era então da ordem de pouco mais de 40 milhões de habitantes."
"Depois do término da guerra de 1939-1945, o aumento do
número de tratores tornou-se acentuado, chegando a importação, em 1951, a
atingir o número de 11.142 máquinas tartarizadas, o que representava cerca de
60% dos tratores existentes. A importação de tratores no período pós-guerra foi
um tanto desordenada, tendo o nosso País recebido um número bastante
considerável de máquinas sem nenhuma tradição no mercado internacional e
provindas da indústria americana e europeia que se transformavam de produtoras
de equipamentos bélicos à produtoras de máquinas agrícolas e para outros fins.
Foram inúmeros os tratores que, após poucas horas de uso, foram paralisados ou
mesmo encostados por não se adaptarem às nossas condições ou pela precariedade
de sua construção." (Somente essa parte já explica boa parte da história
dos tratores antigos no Brasil...)
** Nesta matéria da revista Mundo Agrícola já temos uma ideia
do quão desordenada foi a importação dos primeiros tratores, visto também que
sua produção não era algo específico, e sim na maioria dos casos aproveitamento
da indústria de veículos militares.
** Segue aqui trecho de uma matéria retirado da revista O
Dirigente Rural de Jan/Fev. de 1972:
"Até 1959 existiam cerca de 150 modelos estrangeiros de
tratores de diversas marcas e de diferentes tipos, obrigando o nosso agricultor
a fazer as mais variadas adaptações nos escassos implementos agrícolas
disponíveis. As fábricas desses implementos tartarizados eram relativamente
poucas, pois, devido à grande diferença de um trator para outro, se tornava
difícil produzir grades, arados ou cultivadores que se adaptassem a essas
máquinas. Somente as indústrias de implementos de tração animal mantinham bons
níveis de venda, não só pela baixa relação trator/área cultivada como também
pela inexistência de concorrentes estrangeiros: os Estados Unidos e outros
países desenvolvidos há muito já tinham praticamente abolido esse tipo de
mecanização."
"Outro fator que causava problemas aos agricultores era
a falta de peças sobressalentes para reposição. Além de caras, pois precisavam
ser importadas, demoravam muito a chegar ao País. Em virtude do excessivo
número de marcas de tratores existentes, os revendedores nacionais de peças
nunca possuíam estoques completos, fazendo seus pedidos por carta e ocasionando
esperas de às vezes até 4 meses. Ora, como nenhum lavrador pode esperar todo esse
tempo num período de safra agrícola, a solução era usar a tração animal, embora
menos eficiente."
** Nesse trecho da revista Dirigente Rural um pouco mais
"recente", ano de 1972, novamente é citado o problema com a
importação de tratores das mais variadas marcas e modelos e sem nenhuma assistência
para o agricultor. Pelo que se entende lendo as matérias, era o verdadeiro
compre um trator e o problema é seu!
** Já nessa época de problemas, previa-se a futura
"nacionalização" da produção de tratores, conforme o trecho abaixo
retirado da revista Mundo Agrícola Nº 162 de Junho de 1965:
"Dentre as metas do Governo Juscelino Kubitschek, a da mecanização
agrícola figurava de simples importação de tratores e implementos, não tendo
cogitado da fabricação, no País, desse equipamento. Consistia, essa meta, na
importação de máquinas com facilidades cambiais e em condições vantajosas de
financiamento externo, dando, entretanto, grande ênfase à implantação da
indústria automobilística. Após o estabelecimento desta, com a participação de
todo o conjunto industrial de autopeças, cogitou-se da fabricação do trator
brasileiro. Na verdade, os primeiros ensaios sobre a implantação da indústria
do trator em nosso País, datam de 1956, quando foi criado o Grupo de Trabalho
de Mecanização da Agricultura, que funcionava anexo ao Conselho de
Desenvolvimento. O Decreto nº 40.260, de 01 de Novembro de 1956, estabelecia
normas reguladoras da importação e distribuição de tratores e implementos
agrícolas, orientando, também, a sua nacionalização progressiva."
"Em 1959, em São Paulo, foi realizado o I Simpósio sobre
a Fabricação do Trator e Implemento Agrícola no Brasil, sob o patrocínio da
Secretaria da Agricultura do Estado e colaboração do Sindicato da Indústria de
Tratores, Caminhões, Automóveis e Veículos Similares do Estado de São Paulo,
Sociedade Paulista de Agronomia, Sindicato da Indústria de Máquinas do Estado de
São Paulo, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, etc.
Nesse certame foram, definitivamente, estabelecidas as bases
para a implantação da indústria do trator no Brasil, sendo esquematizado pelo
decreto nº 47.473 de 22 de dezembro de 1959, complementado pela Resolução nº
224, de 28 de dezembro de 1959, do GEIA (Grupo Executivo da Indústria
Automobilística). Esse instrumento legal estipulava que a produção nacional de
tratores agrícolas deveria iniciar-se no decorrer do ano de 1960, com uma
nacionalização mínima de 70% do peso total, incluindo motor com pelo menos 60%
de seu pêso, ou alternativamente, a caixa de mudanças com 70% de seu peso,
prosseguindo o processo de nacionalização até atingir 95% do peso do trator em
30 de junho de 1963.
O decreto previa, ainda, a importação, sem cobertura
cambial, de máquinas e equipamentos, sem similar nacional, para instalação da
indústria. “Outro item do decreto em tela vedava a importação, a partir de 1º
de Julho de 1960, de tratores completos e montados, com benefícios cambiais e
fiscais.”
** Dá-se início então as primeiras tentativas de se fabricar
um trator nacional. Começa-se a correria com diversas marcas que já
"montavam" seus tratores aqui, sendo elas: Valmet, Massey-Ferguson,
Ford, Deutz (Demisa), Fendt e CBT (Oliver inicialmente).
** Anterior aos primeiros passos de nacionalização, a
empresa CockShutt canadense, e a Fiat italiana (Através da Fábrica Nacional de
Motores), já mostravam interesse pela produção de tratores no Brasil, e
chegaram até a apresentar propostas ao Governo Federal. Mas como nem tudo que
reluz é ouro... Dificuldades técnicas e econômicas barraram as propostas, e o
Governo volta sua atenção para a importação conseguindo um empréstimo da ordem
de 18 milhões de dólares do Eximbank de Washington, importando com isso de 1952
a 1955 mais de 30 mil tratores.
Dear Sir,
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